sexta-feira, abril 06, 2007

Parabéns Terras da Feira – A edição zero

No passado dia 21, o jornal “Terras da Feira” comemorou 18 anos. O artigo de hoje irá revisitar a edição zero deste jornal que tem contribuído para informar todos os feirenses. Desde já gostaria de agradecer ao seu director, Augusto Malheiro, pela oportunidade que me deu em partilhar as minhas pesquisas historiográficas no jornal.
Na edição zero foram várias as notícias sobre problemas que ainda não foram resolvidos, construções que se tornaram ícones do município, homens que mudaram o rumo do município e ideias que foram desperdiçadas. A primeira notícia que merece destaque é relativa às instalações precárias da Escola Preparatória de Fiães. As péssimas condições de higiene e trabalho escolar mobilizaram os encarregados de educação para uma greve às aulas dos filhos. Manifestações que surtiram efeito, já que uma nova escola foi construída. Numa das páginas surge a notícia de que o Centro Luso-Venezuelano estava praticamente concluído. Actualmente este é um espaço completamente consagrado em Terras de Santa Maria. Outro dos espaços que actualmente é um dos ex-libris do município é o Museu do Papel em Paços de Brandão. Na primeira edição do Terras da Feira surge a notícia da criação de um Museu de Papel em Paços de Brandão “estando para efeito, a serem encarados os estudos de arqueologia industrial necessários para a sua concretização”. Os estudos realizaram-se e o Museu nasceu. Neste momento é já um jovem adulto a consagrar-se no panorama nacional e internacional. Mesma sorte não teve o Museu de Santa Maria de Lamas. Na mesma página fazia notícia o enorme interesse turístico no Parque onde se inseria este museu. “Muitos milhares de visitantes ali afluem de diversos pontos do país”. Na página cinco surgem os desenvolvimentos políticos do concelho. Aqui é destacada a votação na Assembleia Municipal contra a passagem da Vergada para freguesia. Apenas um voto a favor. Outra das secções que se mantém é a da entrevista a uma personalidade do município. Para a edição piloto foi escolhido o jovem presidente da Câmara Municipal da Feira eleito há apenas dois anos de seu nome Alfredo Henriques. O seu discurso ambicioso certamente chocou muita gente, mas as promessas foram praticamente todas cumpridas. Santa Maria da Feira transformou-se num cidade maior e melhor.
Outro dos grandes destaques (que ainda hoje se mantém) é relativo à secção de Desporto. Nestas páginas surgem algumas curiosidades. Na primeira edição, tal como hoje, Henrique Nunes lidera com enorme sucesso a equipa sénior de futebol do C. D. Feirense. A 4ª Volta ao Concelho de Santa Maria da Feira e o facto de que o início da 50º volta a Portugal em bicicleta se iria iniciar em Santa Maria da Feira são outros destaques desportivos. Outra das secções que ainda hoje mantêm uma enorme qualidade é a do roteiro cultural. Na edição zero surge um artigo de História Local e outro sobre Manuel Laranjeira, feirense de nascimento e europeu por mérito. A sua obra marcou o país e o mundo. A publicidade das 1ª Jornadas de Estudo sobre Terras de Santa Maria mereceu uma referência especial na edição zero. Estas jornadas ficariam marcadas pela polémica “Onde nasceu Portugal?”. Faziam parte dos conferencistas fantásticos historiadores feirenses como Carlos Alberto Ferreira de Almeida, Francisco Ribeiro da Silva e um dos meus mestres Eugénio dos Santos. Neste encontro a polémica foi lançado por José Mattoso, que destacou a enorme importância das Terras de Santa Maria na conquista da nacionalidade.
O “Terras da Feira” continua vivo e recomenda-se. Cada edição é fruto de um trabalho árduo de uma equipa que ama a sua terra e pretende formar e informar cada feirense. Vi crescer o jornal e cresci com o jornal. Obrigado “Terras da Feira”.