quinta-feira, junho 28, 2007

Grande Final das Olimpíadas da História


Marquem presença na grande final das I Olimpíadas de História, organizadas pelo Curso de Especialização em Ensino da História da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, com o apoio do Departamento de História e de Estudos Políticos e Internacionais da mesma Faculdade, da “Universidade Júnior”, Pousadas da Juventude, Porto Editora, Câmara Municipal do Porto e Invicta TV.
A Grande Final será realizada no Auditório da Reitoria da Universidade do Porto, no dia 6 de Julho de 2007, às 14.30h.
Centenas de alunos participaram nas Olimpíadas de História. Só os melhores chegaram a esta grande final. Nove equipas lutam pela coroa olímpica da História. As Escolas Secundárias de Paredes, Maia, Boa Nova (Leça da Palmeira), Custóias, Alexandre Herculano (Porto), Nicolau Nasoni (Porto), Inês de Castro (Canidelo) e Escola EB 2,3 de Corga de Lobão (Santa Maria da Feira) são as grandes finalistas.

terça-feira, junho 05, 2007

Santa Maria da Feira – Terra onde cresceu Portugal

Quando em 1939-40 Vaz Ferreira escreveu uma série de artigos afirmando que o castelo da Feira e os seus habitantes eram, também, fundadores da nacionalidade, caiu o Carmo e a Trindade no meio historiográfico e político nacional. O investigador feirense baseou-se na Crónica de D. Afonso Henriques de Duarte Galvão, escrita no século XV. Esta crónica afirma que os Castelos de Neiva e da Feira haviam iniciado a revolta contra D. Teresa em 1127, possibilitando um apoio estrategicamente fulcral a Afonso Henriques. A crónica afirma ainda que destes castelos saíram as tropas para a Batalha de S. Mamede a 24 de Junho de 1128. A intenção salazarista de constituir Guimarães como único edificador da nacionalidade era assim contestada em plenas comemorações dos centenários da Fundação da nacionalidade e da Restauração. Ainda hoje somos herdeiros desse mito de que apenas Guimarães (as suas gentes e castelo) são os verdadeiros e únicos fundadores da nacionalidade. A discussão em torno da polémica levantada por Vaz Ferreira durou vários anos e apenas terminou em 1959, quando Rui de Azevedo, especialista da Academia Portuguesa de História, refutou todos os argumentos apresentados pelo feirense, afirmando que o documento tinha um erro ortográfico e que a palavra seria Faria e não Feira. A polémica esteve adormecida até ao final da década de 80, quando José Mattoso (na minha opinião, o melhor historiador português de sempre) veio reacender a discussão afirmando que a teoria era perfeitamente válida. O historiador afirmou que a palavra Faria ou Feira era insignificante e que a presença da expressão “Terras de Santa Maria” era suficiente para provar a localização desse castelo.
O que aconteceu de seguida foi um violentíssimo ataque a José Mattoso por parte de Almeida Fernandes. Esse ataque não se ficou apenas pela crítica científica, chegando às ofensas pessoais. Incompreensivelmente o meio historiográfico nacional e local esqueceu esta teoria sendo muito poucos os artigos e livros escritos sobre este tema.
Apesar de não ser um medievalista, consigo emitir uma opinião sobre este assunto. Sem julgar a importância do Castelo da Feira para a batalha de S. Mamede, posso afirmar convictamente que após esta batalha as Terras de Santa Maria e as suas gentes passam para primeiro plano nacional. Logo em 1128, Ermígio Moniz, senhor dos Riba-Douro, é nomeado mordomo-mor de Afonso Henriques. Outro facto a não esquecer é a posição estratégica de Santa Maria da Feira no Condado Portucalense. O Condado de Coimbra estava constantemente a ser conquistado por muçulmanos e as Terras de Santa Maria eram o único tampão do Condado Portucalense. Nas lendas populares encontramos histórias de paixões entre mouras e cristãos, de conquistas árabes e de reconquistas cristãs. Como dizem os populares "as lendas têm sempre um fundo de verdade". As Terras de Santa Maria permitiram a formação política, social e militar da sociedade portuguesa. Estas terras e gentes garantiram tempo e segurança a D. Afonso Henriques para dominar os perigos internos e promover a diplomacia externa. Da mesma forma auxiliaram o monarca português na conquista de novos territórios estando os infanções das Terras de Santa Maria na linha da frente para todos os combates, lutando lado a lado com Afonso Henriques. Apenas com a conquista de Lisboa em 1147 é que estas terras perderam importância estratégica.
Julgo que, para o comum dos feirenses, não importa se foi no castelo da Feira que surgiram os primeiros revoltosos contra D. Teresa em 1127. Para os feirenses, como para mim, o importante é saber que a nossa história é gloriosa e merece respeito e atenção. Santa Maria da Feira merece a Viagem Medieval, as Ceias Medievais, o Castelo recuperado e a revista Villa da Feira. Não posso afirmar, como José Hermano Saraiva, "Foi aqui, precisamente aqui" que nasceu Portugal, mas posso assegurar convictamente que foi aqui que cresceu Portugal.

Conferência - C.I.E.P.G. História Medieval e do Renascimento


8 de Junho de 2007, sala 303, 14.30 horas "NUEVAS CORRIENTES INTERNACIONALES DE INVESTIGACIÓN Y DE DOCENCIA EN HISTORIA DEL COMERCIO" Prof. Dr. Hilario Casado Alonso (Dptº. Fundamentos del Análisis Económico, Historia e Instituciones Económicas. Universidad de Valladolid). Organização: Curso Integrado de Estudos Pós-Graduados em História Medieval e do Renascimento